O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu desculpas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), durante depoimento prestado nesta terça-feira (10). A retratação ocorreu após Moraes confrontá-lo sobre declarações feitas anteriormente, em que o ex-presidente insinuava que ele e os ministros Luiz Edson Fachin e Luís Roberto Barroso estariam envolvidos em suposto recebimento de propina no contexto de acusações sobre fraude eleitoral.
Durante a audiência, Moraes leu um trecho das falas de Bolsonaro, em que o ex-presidente afirmava: “Olha o Fachin. O cara não tem limite. Não vou falar que o Fachin tá levando 30 milhões de dólares. […] Não vou falar que o Alexandre de Moraes tá levando 50 milhões de dólares. […] Não tenho prova, pô, mas algo esquisito está acontecendo”.
Após ser questionado pelo ministro sobre quais indícios possuía para tais acusações, Bolsonaro respondeu: “Não tem indício nenhum, senhor ministro. Era uma reunião para não ser gravada. Foi um desabafo, uma retórica que usei. Se fossem outros três ocupando, teria falado a mesma coisa. Então, me desculpem, não tinha essa intenção de acusar de qualquer desvio de conduta dos senhores três”.
O interrogatório, realizado no âmbito das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, contou com registro fotográfico. Em uma das imagens, Bolsonaro aparece segurando um exemplar da Constituição Federal de 1988 antes de iniciar seu depoimento.
